Rosângela da Silva, conhecida como Janja, exerce influência significativa no governo federal sem ocupar um cargo formal. Apesar disso, mantém uma equipe robusta com ao menos 12 profissionais, incluindo fotógrafos, assessores de redes sociais e até um militar, custando cerca de R$ 160 mil mensais aos cofres públicos. Desde o início do atual mandato de Lula, as viagens da primeira-dama já consumiram mais de R$ 1,2 milhão em dinheiro público, segundo denúncia do jornal Estadão.
A presença de militantes de movimentos alinhados à ideologia dominante nos altos escalões da equipe de Janja reforça um cenário de aparelhamento e desperdício. A assessora especial Neudicléia Neres, ligada ao Movimento dos Atingidos por Barragens, e Brunna Rosa, que chefia a Secretaria de Estratégia da Secom, são exemplos de como a estrutura vai além de simples apoio à primeira-dama. O grupo gerencia redes sociais e influencia diretamente a comunicação do governo, com recursos pagos pelo contribuinte.
O alcance de Janja não se limita à sua equipe. Seu poder de articulação já resultou na indicação de nomes como Margareth Menezes ao Ministério da Cultura e Maria Helena Guarezi ao Ministério das Mulheres. Além disso, sua proximidade com Wagner Caetano, da Secretaria-Geral da Presidência, evidencia a força política de quem deveria ter apenas um papel figurativo, levantando questionamentos éticos e financeiros sobre a atuação de um “gabinete paralelo” sustentado por recursos públicos.