A gestão de Vinícius Marques de Carvalho à frente da Controladoria-Geral da União (CGU) é marcada por potenciais conflitos de interesse. Revelações do "O Estado de S. Paulo" apontam que o escritório de advocacia anteriormente gerido por Vinícius, agora sob o comando de sua esposa Marcela Mattiuzzo, está envolvido em negociações de acordos de leniência com empreiteiras implicadas na Operação Lava Jato, inclusive com a Novonor, antes conhecida como Odebrecht.
Desde que assumiu o cargo no governo Lula em 2023, Vinícius afastou-se da administração direta do escritório VMCA Advogados para prevenir conflitos, passando o controle para Marcela. No entanto, ele foi flagrado participando de renegociações de acordos com a Novonor e outras empresas, onde defendeu que "os acordos não devem comprometer financeiramente as empresas", favorecendo assim os interesses das construtoras.
Em janeiro de 2023, Vinícius solicitou uma licença do escritório, questionando posteriormente à Comissão de Ética Pública sobre a possibilidade de continuar recebendo dividendos como "sócio patrimonial". A Comissão deu aval para que ele receba os lucros, apesar das implicações éticas dessa decisão.
Este cenário suscita dúvidas sobre a verdadeira separação entre os interesses privados de Vinícius e suas responsabilidades públicas, especialmente considerando seu histórico como presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a falta de clareza sobre a gestão dos lucros do escritório durante seu mandato na CGU.