A Aneel calcula que a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) chegará a R$ 52,6 bilhões em 2026, dos quais R$ 47,8 bilhões serão bancados diretamente pelos consumidores. O aumento de 7% em relação a 2025 recai sobre a fatura de energia em pleno ano eleitoral, reforçando um modelo em que a população arca com políticas públicas pouco transparentes. A CDE, que representava menos de R$ 22 bilhões em 2020, praticamente dobrou em cinco anos.
Os maiores saltos vêm dos subsídios a grandes projetos eólicos e solares — R$ 3,4 bilhões adicionais — além do acréscimo de R$ 2,7 bilhões a empreendimentos renováveis de grande porte. Pequenos sistemas residenciais também receberão R$ 3,2 bilhões, enquanto a tarifa social ganhou mais R$ 2,6 bilhões após a ampliação da gratuidade. Na prática, essa engenharia política eleva a conta de luz sem que o consumidor tenha escolha.
Mesmo com leve redução no subsídio ao carvão, o custo apenas migrou para a energia de reserva, mantendo a despesa final. A CDE já compõe cerca de 15% da tarifa, e o governo promete um teto só para 2027 tarde demais para quem enfrenta aumentos sucessivos enquanto o Estado segue gastando como se o bolso do brasileiro fosse infinito.
