Durante uma homilia de Ano Novo na igreja de São Ranieri, na pitoresca aldeia toscana de Guasticce, o Padre Ramon Guidetti causou controvérsia ao emitir críticas severas ao Papa Francisco. Referindo-se ao pontífice como um “usurpador anti-papa”, o padre marcou não apenas a celebração do novo ano, mas também o primeiro aniversário da morte de Bento XVI, antecessor de Francisco.
Um vídeo da homilia, com mais de 20 minutos, circulou online, expondo as declarações de Guidetti. Nele, o padre mencionou o Papa Francisco pelo seu nome civil, “Sr. Bergoglio”, e o descreveu de maneira controversa como “um maçom jesuíta ligado a potências mundiais”. Além disso, fez uma comparação entre o olhar de Francisco, que classificou como “cadavérico”, e o do “bom Bento”.
As repercussões dessas declarações foram imediatas. Um comunicado oficial da diocese, assinado pelo chanceler, esclareceu que as ações de Guidetti configuravam um ato cismático, caracterizado pela negação de submissão ao Sumo Pontífice e pela ruptura da comunhão com os membros da Igreja. Como consequência, Guidetti foi suspenso ‘a divinis’, removido de sua função de pároco e proibido de celebrar missas.
Em reação à decisão, Guidetti expressou sua surpresa com a rapidez da resposta da Igreja em entrevista à Rádio Domina Nostra, um programa conduzido por Alessandro Minutella, outro padre que foi excomungado por ataques a Francisco. Guidetti afirmou que emolduraria o decreto de excomunhão, vendo-o como um motivo de orgulho. Apesar de manter a calma, o padre admitiu sentir uma amargura pela “cegueira e dureza” da Igreja, que, em sua opinião, deveria agir de maneira maternal, mas se comporta como uma tirana.
Este incidente destaca as tensões dentro da Igreja Católica e as complexas relações entre diferentes facções religiosas, evidenciando o desafio contínuo de manter a unidade dentro de uma instituição global e historicamente diversificada.