Os Correios podem registrar um prejuízo de até R$ 23 bilhões em 2026, segundo admitiu o presidente da estatal, Emmanoel Rondon. Desde 2022, as perdas já ultrapassam R$ 10 bilhões, sendo cerca de R$ 6 bilhões apenas entre janeiro e setembro de 2025. O cenário expõe uma crise estrutural que se arrasta há anos e se agrava com a falta de investimentos e de reformas profundas.
Dados internos indicam que 62% do orçamento da empresa é consumido pela folha de pagamento, percentual que chega a 72% quando considerados os precatórios. Com isso, restam poucos recursos para modernização, tecnologia e ampliação da competitividade. O resultado é uma operação marcada por equipamentos defasados, serviços menos eficientes e perda contínua de mercado.
Para enfrentar o déficit, o governo aposta em um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a cinco bancos privados, além de medidas como plano de demissão voluntária, fechamento de unidades e venda de imóveis. Mesmo diante do agravamento financeiro, o presidente Lula já afirmou que não considera a privatização da estatal, mantendo a empresa sob controle público enquanto o custo do desequilíbrio recai, mais uma vez, sobre o contribuinte.