Criação de vagas nos EUA deve ter desacelerado em janeiro

Expectativa de crescimento no mercado de trabalho reflete a sólida produtividade e a sustentação da expansão econômica, apesar das previsões de ajustes na política monetária

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Criação de vagas nos EUA deve ter desacelerado em janeiro
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A dinâmica do mercado de trabalho nos Estados Unidos parece ter registrado uma moderada desaceleração em janeiro, evidenciando, contudo, a persistente resiliência da economia americana e a robustez da produtividade dos trabalhadores. Esses fatores têm encorajado as empresas a reter seus colaboradores, uma estratégia que se alinha à projeção de manutenção do crescimento econômico ao longo do ano.

O aguardado relatório de emprego, a ser divulgado pelo Departamento do Trabalho nesta sexta-feira, promete ser um termômetro crucial para o mercado financeiro, podendo recalibrar as expectativas quanto a um eventual corte na taxa de juros em março. Segundo prognósticos, o incremento anual dos salários deve ter preservado sua consistência no último mês, reafirmando a vitalidade do mercado.

Nesse ínterim, o Federal Reserve optou por manter a taxa de juros estável na última quarta-feira, com Jerome Powell, presidente do Fed, reconhecendo a fortaleza econômica. Powell sinalizou que a taxa de juros alcançou seu ápice, antecipando uma redução nos meses vindouros.

As recentes demissões em massa, incluindo o anúncio de 12.000 cortes pela UPS nesta semana, não abalaram a confiança da maioria dos economistas. Eles argumentam que o foco deve se voltar para a produtividade dos trabalhadores, que vem apresentando um crescimento anualizado superior a 3% por três trimestres seguidos, e para a diminuição dos custos trabalhistas.

Brian Bethune, professor de economia do Boston College, reflete o otimismo do setor: "Embora haja relatos de demissões pontuais, não percebemos alterações significativas que possam desacelerar o ímpeto da economia. Com a alta produtividade dos trabalhadores, a contratação se torna uma decisão lógica."

A previsão indica a abertura de 180.000 novos postos de trabalho fora do setor agrícola no último mês, uma redução em relação aos 216.000 empregos de dezembro, conforme apontado por uma pesquisa da Reuters junto a economistas. Apesar de o número ser inferior à média mensal de 225.000 empregos observada em 2023, ele supera consideravelmente a marca de aproximadamente 100.000 vagas mensais necessárias para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.

Este cenário atesta a resiliência e a capacidade adaptativa da economia dos Estados Unidos, sugerindo que, mesmo diante de ajustes na política monetária, o país segue no caminho do crescimento sustentável, apoiado por uma força de trabalho eficiente e produtiva.