Diante da escalada no preço dos alimentos, o governo federal, em vez de assumir responsabilidade, mais uma vez buscou um culpado externo. Reunindo ministros e o presidente da Conab, Lula mirou no clima, no dólar e até nas exportações para justificar o impacto na mesa do brasileiro. Enquanto isso, a solução apresentada – uma supersafra prometida para 2025 – é mais uma aposta no futuro, deixando o presente à mercê da inflação, que fechou 2024 em 4,83%. “A expectativa é extremamente positiva”, disse Rui Costa, ignorando o drama das famílias que sofrem com o orçamento estrangulado.
O governo, no entanto, não para de colecionar desculpas. Eventos climáticos e a valorização do dólar foram apontados como vilões, enquanto medidas efetivas foram descartadas. Entre as recusas, está o congelamento de preços ou qualquer intervenção direta no mercado. Até mesmo propostas que poderiam ajudar no curto prazo, como a flexibilização da validade de produtos, foram rejeitadas. A retórica otimista do governo não resolve o problema real: a disparada dos preços que atinge diretamente as famílias de baixa renda.
Lula segue a cartilha de desviar o foco, apostando em narrativas em vez de ações concretas. O resultado é uma sociedade cada vez mais insatisfeita com a falta de liderança e soluções práticas. Enquanto o governo transfere responsabilidades e se agarra a promessas futuras, o brasileiro continua sentindo o peso da crise na mesa. É o retrato de uma gestão que prefere discursos ao enfrentamento real dos problemas.