Na noite da última quinta-feira (25), o mundo assistiu a uma declaração surpreendente do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sobre os Acordos de Barbados. Esses acordos, negociados com a oposição venezuelana para assegurar direitos políticos e eleições presidenciais em 2024, foram descritos por Maduro como "feridos mortalmente" e em "terapia intensiva", uma alegação que reflete a turbulência política contínua na Venezuela.
Os Acordos de Barbados, resultado de negociações iniciadas em 2021 entre o governo venezuelano e a oposição e mediados pela Noruega, preveem eleições livres e justas, conforme os procedimentos internos do país e a constituição venezuelana. Estes acordos representam um esforço para estabilizar a política venezuelana e garantir um processo eleitoral democrático.
Durante seu pronunciamento, Maduro acusou a CIA (Agência de Inteligência dos EUA) e a DEA (Agência de Controle de Drogas dos EUA) de conspirarem contra ele e outros líderes venezuelanos. Ele afirmou: “Hoje os Acordos de Barbados estão feridos mortalmente, declaro que eles estão em terapia intensiva. Eles foram apunhalados, chutados”. Essas alegações de conspiração, embora não comprovadas, demonstram a crescente tensão política na Venezuela.
O cenário político venezuelano se intensifica com a pressão da oposição pela convocação imediata de eleições presidenciais. Maria Corina Machado, proeminente figura da oposição, desafiou o regime de Maduro, declarando: “você queira ou não queira, Nicolás Maduro, o povo vai te obrigar a se avaliar [nas urnas]”. Apesar de ser proibida de ocupar cargos públicos em seu país, Machado se destacou nas primárias presidenciais da oposição, consolidando-se como uma das principais adversárias de Maduro.
Paralelamente, uma delegação da União Europeia foi recebida na Venezuela, em um esforço para “avançar na restauração das relações políticas entre nações”. Este evento ocorre em um momento crítico para a Venezuela, evidenciando a complexidade das relações internacionais e a necessidade de diálogo diplomático.
Maduro, apesar do cenário desafiador, expressou esperança de que os acordos possam ser revividos e o diálogo retomado. Ele ressaltou a importância de uma negociação transparente e sem agendas ocultas, declarando a necessidade de evitar planos de violência e assassinato. Este apelo por diálogo sincero ocorre em um contexto de desconfiança e instabilidade, onde a busca pela verdade e pela paz se torna cada vez mais urgente.