A Assembleia Nacional da França aprovou uma moção de desconfiança que derrubou o primeiro-ministro Michel Barnier, marcando a primeira destituição do tipo desde 1962. A medida, com 331 votos favoráveis, evidencia a paralisia política no país, onde nenhum dos blocos parlamentares detém maioria. Barnier, nomeado há três meses, enfrentava críticas pela utilização do artigo 49.3 da Constituição, que permitiu a aprovação de um plano orçamentário sem votação parlamentar.
O presidente Emmanuel Macron, já enfraquecido, agora enfrenta um dilema. Sem poder dissolver o Parlamento até 2025, qualquer novo premiê estará igualmente suscetível a moções de desconfiança. A oposição, liderada por grupos nacionalistas e de coalizões progressistas, ampliou críticas às medidas fiscais de Barnier, acusando o governo de negligenciar prioridades populares.
A queda de Barnier aprofunda a crise política francesa, expondo a fragilidade do Executivo e a crescente polarização no Parlamento. O episódio levanta questões sobre a governabilidade em um sistema marcado por divisões ideológicas e ausência de consensos, ampliando incertezas sobre o futuro político do país.