A esfera política de Cuiabá vem sendo palco de um intenso debate sobre a gestão da Saúde, com o deputado estadual Paulo Araújo (PP) expressando firme oposição às ações do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Araújo, em sua crítica veemente, acusa o prefeito de gerar desinformação e de uma administração que prejudicou gravemente o setor da Saúde na capital mato-grossense.
De março a dezembro de 2023, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Cuiabá esteve sob intervenção estatal, uma medida imposta por uma decisão judicial e liderada por uma equipe nomeada pelo governador Mauro Mendes (União). Este período de intervenção foi uma resposta direta às graves falhas e irregularidades identificadas na gestão municipal da Saúde.
Após o retorno da administração da SMS para a Prefeitura no início de janeiro, o prefeito Emanuel Pinheiro tem lançado acusações contra o Gabinete de Intervenção, alegando a ocorrência de irregularidades nas unidades de saúde durante o período da intervenção. No entanto, essas acusações são contestadas pelo deputado Araújo, que defende a atuação do Gabinete como uma medida corretiva frente à "malversação de recursos públicos" sob a gestão de Pinheiro.
“Emanuel faz da Saúde de Cuiabá um teatro. Ele falta com respeito e engana a população. Ele produz fake news, porque sabe que a intervenção corrigiu a malversação de recursos públicos que foi produzida pela gestão dele. Uma gestão corrupta, que acabou com a Saúde da Capital”, afirma Araújo.
Esta intervenção, solicitada pelo Ministério Público Estadual (MPE) com base em denúncias do Sindimed-MT, expôs uma realidade preocupante: a existência de filas extensas para cirurgias, escassez de médicos e medicamentos básicos, além de suspeitas de esquemas de corrupção. A gravidade destas questões evidencia a necessidade de uma administração municipal comprometida com a transparência e a eficiência.
Durante seus mandatos, Emanuel Pinheiro enfrentou um total de 15 operações de investigação apenas na área da Saúde da capital, um número que, segundo Araújo, reflete uma gestão repleta de irregularidades. Essa história de investigações alimenta as preocupações sobre a capacidade do prefeito de administrar adequadamente a secretaria.
Paulo Araújo, defendendo a continuidade da intervenção, expressa sua desaprovação quanto à devolução da gestão da Saúde para as mãos de Emanuel Pinheiro. “Infelizmente, a Saúde voltou para a mão dele, que não tem condição nenhuma de gerir. Ele não tem responsabilidade com o povo. Eu tinha quase certeza de que a Saúde não deveria voltar para a mão dele. Voltar para quem fez tudo o que fez é um absurdo”, disse Araújo.
O deputado também não descarta a possibilidade de uma nova intervenção, caso a gestão de Emanuel Pinheiro conduza novamente o setor da Saúde ao caos. Este impasse ressalta a importância de uma gestão pública fundamentada em princípios de integridade, responsabilidade e compromisso com o bem-estar da população, refletindo os valores conservadores e cristãos de uma administração pública voltada para o serviço e cuidado com a sociedade.