De Paris a gabinete: 10 iniciativas de Lula para tornar Janja a número 2 do Planalto

Viagem a Paris gera polêmica sobre gastos e papel de destaque no governo

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De Paris a gabinete: 10 iniciativas de Lula para tornar Janja a número 2 do Planalto
Reprodução You Tube / Lula

A recente viagem da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, a Paris para a abertura da Olimpíada reflete uma estratégia do presidente Lula para posicioná-la como figura central no Palácio do Planalto, superando até mesmo o vice-presidente Geraldo Alckmin. Sem cargo eletivo ou vínculo público formal, Janja acumula atribuições que incluem missões internas e internacionais, além de reformas e eventos.

A oposição questiona a necessidade e os custos da viagem, que totalizaram R$ 83,4 mil, conforme o Painel de Viagens do Ministério da Gestão. A Secretaria de Comunicação Social defende que as passagens foram adquiridas em aviação comercial e justificam os gastos elevados pela alta demanda durante os Jogos Olímpicos.

  1. Viagens internacionais com protocolo de chefe de Estado

Janja acompanhou Lula em viagens internacionais com o protocolo de chefes de Estado, participando de recepções e encontros diplomáticos. Na cúpula do G20 na Índia (2023), ela foi a única primeira-dama a acompanhar líderes, mas teve que sair da foto oficial com Lula e Modi. Em Portugal, sua presença nas reuniões com o presidente Marcelo Rebelo de Souza e o primeiro-ministro António Costa, que estavam sem esposas, gerou críticas.

  1. Comendas e honrarias do Brasil e exterior

A primeira-dama brasileira, sem histórico em cargos públicos, recebeu várias comendas, incluindo a Ordem Cruzeiro do Sul e a Ordem Nacional da Legião de Honra da França, concedida por Emmanuel Macron, além da Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique de Portugal. Em Portugal, sua honra foi criticada pela direita por não ter contribuído para o país.

  1. Chefe de missões oficiais

Janja liderou missões oficiais no Brasil e no exterior, como em enchentes no Rio Grande do Sul e na ONU. Recentemente, participou de evento preparatório do G20, causando embaraço ao falar como representante do governo e gravar vídeo elogiando a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

  1. Reformas e compras para os palácios do Alvorada e do Planalto

Janja supervisionou reformas e aquisições para o Palácio da Alvorada e o Planalto, destacando-se pelos altos custos. A reforma de seu gabinete no Planalto, próxima ao presidente, gerou polêmica ao causar a realocação de profissionais e impactar outros espaços. Janja também solicitou a recuperação da Praça dos Três Poderes após os protestos de 8 de Janeiro, mas o TCU suspendeu as obras do PAC devido a um recurso de empresa derrotada na licitação.

  1. Quase compra de um novo avião presidencial

Janja teve papel central nas discussões sobre a aquisição de um novo avião presidencial, substituindo o Airbus A319-ACJ. A nova aeronave, estimada em R$ 400 milhões, era um Airbus A330-200 de uma empresa suíça. A compra foi contestada por deputados da oposição, alegando danos ao erário e desvio de finalidade. A repercussão negativa levou Lula a cancelar a aquisição.

  1. Escolha e substituição de ministros

Janja influenciou a escolha e substituição de ministros, incluindo Margarete Menezes na Cultura e Silvio Almeida nos Direitos Humanos. Consultada para cargos de alto escalão, ela se vê como "articuladora" e evita uma função decorativa. Seu papel lembra o de Eva Perón, atuando como ministra de fato na Argentina sem cargo oficial.

  1. Conselheira de Lula no 8 de Janeiro e parceria com ministros

Após os eventos de 8 de janeiro, Janja, conforme Lula, atuou como conselheira próxima, moldando a resposta do governo e impedindo a GLO. Ex-funcionária de Furnas, ela tentou influenciar o setor energético, associando o apagão de agosto de 2023 à privatização da Eletrobras, com apoio do ministro Alexandre Silveira.

  1. Presença em reuniões ministeriais

Janja frequentemente participa de reuniões ministeriais, com posição de destaque na mesa, apesar de não ter cargo oficial no Planalto, contribuindo para as discussões e decisões estratégicas do governo. Isso reforça sua posição como uma figura influente no núcleo duro de poder do Palácio do Planalto.

  1. Reuniões estratégicas do PT, como foco na agenda das mulheres

A primeira-dama participa ativamente de reuniões do PT, focando em apoiar candidatas mulheres. Ela ajuda a definir estratégias de campanha e políticas públicas para promover a igualdade de gênero, visando engajar o eleitorado feminino, que corresponde a quase 53% dos eleitores.

  1. Atuação na estratégia de comunicação do governo

Janja destaca-se na estratégia de comunicação digital do governo, criando conteúdos e campanhas online e gerenciando as redes sociais oficiais. Seu objetivo é melhorar a imagem do governo e engajar diretamente a população. Ela tentou incluir Jean Wyllys na Secom, mas houve atritos com Paulo Pimenta.