A decisão de Alexandre de Moraes de enviar Daniel Silveira para uma colônia agrícola em Magé é mais um exemplo de sua postura distante da lei. Embora a progressão de regime fosse esperada há tempos, a decisão representa apenas uma mudança superficial. Silveira cumpriu todos os requisitos para ter acesso ao regime extramuros, trabalhar e ficar próximo à família, mas o ministro preferiu ignorar os pedidos da defesa, impondo mais uma de suas medidas simbólicas.
Moraes, como de costume, opta por uma decisão que "finge" resolver o problema. A defesa de Silveira apresentou documentos relevantes, como cartas de emprego e a continuidade dos estudos, mas nada disso foi considerado. Em vez de facilitar a reintegração de Silveira à sociedade, a escolha por enviá-lo a uma colônia agrícola é equivalente a trocar seis por meia dúzia, uma solução que não muda em nada sua situação prática.
Além disso, essa postura de Moraes reforça a desconfiança de muitos em relação ao sistema penal brasileiro, que falha na ressocialização. A questão não é apenas sobre o cumprimento da pena, mas sobre garantir que Silveira possa reconstruir sua vida com dignidade, trabalho e apoio familiar. A decisão tardia e ineficaz é mais um sinal de um sistema judicial que prefere gestos simbólicos a soluções reais.