A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro avalia pedir novas diligências no inquérito que apura suposta tentativa de golpe, alegando dificuldade para acessar o material reunido. Segundo o advogado Paulo Cunha Bueno, foram entregues mais de 40 terabytes de dados compactados, o que pode chegar a 80 após abertos, e muitos elementos só foram disponibilizados recentemente, dificultando a análise adequada pela equipe jurídica.
Bolsonaro depôs na última terça-feira (10) à Primeira Turma do STF e negou qualquer envolvimento com o plano atribuído a ele. Rejeitou ter pressionado os comandantes das Forças Armadas e afirmou que nunca se cogitou golpe, definindo a ideia como “abominável”. Segundo a defesa, o inquérito falha ao tentar associá-lo aos eventos de 8 de janeiro de 2023: “Não há qualquer evidência de que ele tenha incitado ou se comunicado com manifestantes”, afirmou Cunha Bueno.
A delação de Mauro Cid também foi questionada. O advogado a classificou como “vergonhosa” e “cheia de vícios”, sugerindo que o ex-ajudante de ordens teria sido psicologicamente pressionado a aceitar os termos da colaboração premiada. “Queremos que a verdade prevaleça, com um julgamento justo e isento”, concluiu.