O Governo Central registrou um déficit primário de R$ 4,515 bilhões em novembro de 2024, revertendo o superávit de R$ 40,811 bilhões de outubro. Apesar do saldo negativo, o resultado foi o melhor para novembro desde 2021. No acumulado do ano, o déficit chegou a R$ 66,827 bilhões, enquanto, em 12 meses, alcançou R$ 188,5 bilhões, equivalente a 1,56% do PIB. Os números evidenciam os desafios para estabilizar as contas públicas, apesar de esforços para controlar despesas e aumentar receitas.
O desempenho de novembro foi impulsionado por um crescimento de 13,8% nas receitas em relação ao mesmo mês de 2023 e pela redução de 6,3% nas despesas, já ajustadas pela inflação. Esse equilíbrio demonstrou capacidade de ajuste fiscal em um período tradicionalmente desafiador, mantendo o déficit abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de R$ 6,5 bilhões. Contudo, a manutenção dessa trajetória depende de maior austeridade e planejamento para conter o impacto das despesas obrigatórias, que já representam 18% do PIB.
Com limite de despesas fixado em R$ 2,039 trilhões, o governo prevê um déficit primário de R$ 27,746 bilhões até o final do ano. A meta de alcançar equilíbrio fiscal em 2024 permanece distante, exigindo medidas mais consistentes para garantir sustentabilidade econômica e impedir a escalada da dívida pública.