Pela primeira vez em três anos, a balança comercial brasileira encerrou um mês no vermelho. Em fevereiro de 2025, o país registrou um déficit de US$ 324 milhões, um contraste gritante em relação ao superávit de US$ 5,1 bilhões no mesmo período de 2023. O resultado evidencia o crescimento desordenado das importações, que subiram 27,6% em um ano, enquanto as exportações recuaram 1,8%. A justificativa oficial aponta a compra de uma plataforma de petróleo como principal fator do déficit, mas a tendência de queda nas vendas externas não pode ser ignorada.
A indústria extrativa, por exemplo, amargou um tombo de 26,4% nas exportações, sinal de uma economia que perde competitividade internacional. Enquanto isso, a importação de bens de capital disparou impressionantes 143,1%, reflexo de um modelo econômico que incentiva a dependência externa em vez de fortalecer a produção nacional. A política do atual governo, com isenções para produtos estrangeiros, amplia esse desequilíbrio e coloca setores estratégicos sob risco.
O cenário reforça a necessidade de medidas que protejam a economia nacional, evitando uma escalada ainda maior da dependência do Brasil em relação a produtos importados. A insistência em políticas que favorecem mercados externos em detrimento da produção interna expõe a vulnerabilidade do país e pode comprometer sua capacidade de crescimento sustentável. Com a balança comercial já fragilizada, a preocupação cresce: até quando a economia suportará esse modelo?