O déficit das contas externas brasileiras alcançou US$ 5,88 bilhões em outubro, o pior resultado para o mês em cinco anos, segundo dados do Banco Central. O rombo reflete uma queda acentuada no superavit da balança comercial, que encolheu de US$ 8,59 bilhões para apenas US$ 3,44 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa retração de US$ 5,15 bilhões demonstra o impacto de políticas que vêm fragilizando a competitividade do país no mercado internacional. Ao negligenciar reformas estruturais e priorizar agendas alheias ao crescimento econômico, a gestão atual aprofunda os desafios do comércio exterior brasileiro.
Outro elemento preocupante foi o aumento no déficit da conta de renda primária, que abrange juros, lucros e dividendos enviados ao exterior. O saldo negativo chegou a US$ 5,76 bilhões, um incremento de US$ 1,14 bilhão em comparação a 2023. Tal cenário indica uma maior drenagem de recursos, agravando a vulnerabilidade econômica. Enquanto o setor produtivo nacional enfrenta desafios crescentes, observa-se uma ausência de estratégias eficazes para conter a fuga de capitais, resultando em números que impactam diretamente a economia doméstica.
No acumulado de 12 meses, o déficit já atinge US$ 49,2 bilhões, ou 2,23% do PIB, evidenciando um agravamento frente aos 1,94% registrados em setembro. A gestão econômica tem falhado em conter a escalada desse desequilíbrio, que reflete não apenas decisões internas equivocadas, mas também a falta de direcionamento estratégico em um momento de incertezas globais. Sem ajustes profundos e medidas que promovam um ambiente mais favorável ao investimento, o país segue acumulando perdas que comprometem sua capacidade de retomar o crescimento sustentável.