“Deixamos de bater no PT”, diz Perillo sobre queda do PSDB

Tucanos foram de 523 prefeituras conquistadas em 2020 para 272. Para o presidente do partido, eleitor achou "que estávamos fazendo o jogo do PT” (Datena apoiou Boulos no segundo turno)

· 1 minuto de leitura
“Deixamos de bater no PT”, diz Perillo sobre queda do PSDB
Foto: PSDB

O ex-governador Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, fez uma análise contundente sobre o encolhimento do partido nas eleições municipais de 2024. Em entrevista ao Estadão, ele atribuiu a drástica redução de prefeituras, de 523 em 2020 para 272 este ano, ao fato de os tucanos terem “deixado de bater no PT”. Segundo Perillo, o foco excessivo em atacar Bolsonaro descontentou o eleitor conservador, que se sentiu traído, resultando em sua migração para o bolsonarismo. “Bater só em Bolsonaro foi um erro”, destacou, evidenciando uma crítica interna que ecoa entre os conservadores.

O cenário é ainda mais complicado com José Luiz Datena, candidato do PSDB em São Paulo, que, ironicamente, declarou apoio ao deputado Guilherme Boulos, candidato do PT. Essa manobra, somada à falta de uma candidatura própria à presidência em 2022, contribuiu para a drástica diminuição de sua bancada no Congresso, reduzida a apenas 13 deputados federais e um senador. Perillo admite que o partido se encontra em uma luta árdua, mas afirma que há um novo ânimo para recomeçar.

O PSDB já está em conversas com partidos como Solidariedade, PDT e Podemos, considerando a possibilidade de fusões. “Vamos avaliar o que é melhor para o conjunto de partidos menores”, afirmou Perillo, ressaltando a necessidade de reestruturar a sigla e retomar a identidade conservadora que sempre foi seu alicerce. O desafio agora é recuperar a confiança do eleitor e reafirmar a posição do PSDB como um bastião do conservadorismo no Brasil.