Uma delação premiada traz à tona a participação de Rui Costa, então governador da Bahia e atual Ministro-chefe da Casa Civil, em um escândalo de compra fraudulenta de respiradores. A operação, orçada em R$ 48 milhões e realizada durante o auge da pandemia, não resultou na entrega dos equipamentos essenciais, deixando um rastro de prejuízos e questões não respondidas.
Apesar de negar qualquer irregularidade, Costa é mencionado por Cristiana Prestes Taddeo, empresária no centro do negócio frustrado, que devolveu R$ 10 milhões aos cofres públicos como parte de um acordo de delação. Este acordo, validado pelo STJ, expõe um esquema de pagamento antecipado por 300 respiradores que nunca chegaram, além de comissões suspeitas que somam R$ 11 milhões.
A investigação, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, busca esclarecer se as "comissões" seriam, de fato, propinas destinadas a favorecer agentes públicos. Enquanto isso, Costa defende-se alegando que o adiantamento era uma condição de mercado na época e que jamais interveio diretamente nas negociações.
Este caso, envolvendo altos valores e a gestão de recursos em um momento crítico de saúde pública, reforça a necessidade de transparência e integridade no trato da administração pública, desafiando a confiança depositada nos líderes políticos e nas instituições.