O pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta forte resistência no Congresso, impulsionada pelo não pagamento das emendas parlamentares represadas em 2024. Parlamentares de diversos partidos, incluindo aliados do governo, articulam mudanças nas propostas, comprometendo pontos cruciais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o reajuste do salário mínimo. "Não podemos penalizar o mais pobre, sendo que temos outras soluções para organizar os cofres públicos", declarou Duarte Júnior (PSB-MA).
Entre as medidas mais contestadas está o PL 4614/24, que prevê a limitação do ganho real do salário mínimo e endurece as regras para beneficiários do BPC. A proposta já enfrenta emendas para exclusão de trechos considerados prejudiciais aos mais vulneráveis. Além disso, o PLP 210/24, que permite restrições aos créditos tributários, também sofre críticas por parte de deputados.
Arthur Lira, presidente da Câmara, foi enfático: “O Planalto não tem votos.” A crise evidencia a falta de articulação política e o impacto da gestão fiscal sobre a credibilidade do governo. Sem consenso, as propostas de Haddad seguem ameaçadas, enquanto o Congresso se mantém como palco de intensos embates e negociações.