A insatisfação com o represamento de emendas parlamentares tem mobilizado deputados de diferentes espectros políticos para enfraquecer o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Projetos como o PL 4614/24, que limita o ganho real do salário mínimo, e o PLP 210/24, que restringe créditos tributários em casos de déficit, enfrentam forte resistência. “Não podemos penalizar o mais pobre”, criticou Duarte Júnior, do PSB, sobre mudanças no Benefício de Prestação Continuada.
A proposta de Haddad para o salário mínimo, que prevê ganhos reais de até 2,5%, também é alvo de críticas. Parlamentares defendem manter a regra atual, atrelada à inflação e ao crescimento do PIB. Essa resistência reflete a insatisfação crescente com os rumos econômicos e políticos do governo em 2024.
Além disso, o governo tenta apaziguar a crise com a liberação de R$ 6,4 bilhões em emendas, uma tentativa de contornar a decisão do STF por mais transparência. Contudo, a medida não elimina o cenário de tensão entre Executivo e Legislativo, que expõe os desafios de um governo acuado pela instabilidade política e fiscal.
