O encerramento desta sexta-feira, 12 de janeiro, foi marcado por um cenário desafiador no setor agrícola brasileiro. O mercado de milho, componente vital da economia nacional, enfrentou uma expressiva desvalorização em suas cotações futuras na Bolsa Brasileira (B3). As principais referências de preço registraram um recuo que chegou a 4,28%, oscilando entre R$ 67,94 e R$ 68,15. Esta semana foi particularmente difícil, com uma acumulação de perdas que atingiram o patamar de 11,84%.
No detalhamento dos vencimentos, observa-se que janeiro/24 foi cotado a R$ 67,94, uma queda de 1,32%. Março/24, por sua vez, foi avaliado em R$ 68,15, refletindo uma desvalorização de 4,28%. Maio/24 alcançou R$ 66,94, com redução de 3,21%, e julho/24 registrou R$ 65,50, decaindo 2,69%.
Importante salientar, no contexto semanal, as desvalorizações dos contratos do cereal nacional: janeiro/24 sofreu uma baixa de 6,64%, março/24 de 11,84%, maio/24 de 11,33% e julho/24 de 9,72%, comparativamente ao fechamento da semana anterior.
Roberto Carlos Rafael, renomado analista da Germinar Corretora, aponta que a reviravolta do mercado, especialmente após o ajuste do indicador de preços pelo Cepea na última sexta-feira (05), culminou em significativas perdas de posições. Adicionalmente, a pressão do mercado foi agravada pela acelerada colheita da safra de verão, particularmente nos estados do Sul, e pela urgente necessidade dos produtores em liberar espaço para a soja, cuja colheita inicia-se em meio a um atraso nas vendas de milho e soja.
Rafael projeta que os preços do milho no Brasil, ao longo de 2024, serão majoritariamente influenciados pela paridade de exportação. Esta, por sua vez, é afetada tanto pela Bolsa de Chicago, atualmente sob um panorama negativo após divulgação de dados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), quanto pela relação cambial entre o dólar e o real, que demonstra uma tendência de desvalorização da moeda norte-americana em resposta aos cortes nas taxas de juros dos EUA.
No mercado físico brasileiro, o cenário não foi diferente. A saca de milho também encerrou a semana com desvalorizações notórias. Um levantamento minucioso realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não identificou incrementos nos preços, mas observou quedas nas praças de Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Itapetininga/SP, Campinas/SP e no Porto de Santos/SP.
Este panorama reflete não apenas as dinâmicas do mercado agrícola, mas também evidencia a importância de políticas e estratégias alinhadas aos princípios da sustentabilidade econômica e responsabilidade social. A resiliência do setor agrícola brasileiro, fundamentada em valores conservadores e cristãos, permanece como um pilar essencial para a superação destes desafios.