A recente defesa de Dias Toffoli sobre as viagens internacionais de ministros do STF apenas aumenta a desconfiança da opinião pública. Em evento em Madri, o ministro classificou as críticas às viagens como "absolutamente inadequadas, incorretas e injustas", destacando as 15 mil decisões tomadas pelo tribunal no último ano. Essa justificativa, contudo, não aplaca as preocupações com o uso de recursos públicos em viagens dispendiosas, especialmente quando o país enfrenta desafios econômicos significativos.
As viagens, realizadas para participar de eventos jurídicos em prestigiadas instituições europeias, como a Universidade Complutense de Madri, envolvem altos custos de inscrição, estimados em mais de €1.000. Essa prática é especialmente criticada em um contexto onde muitos brasileiros lutam sob uma das maiores cargas tributárias do mundo.
Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, que também participaram dos eventos, optaram por não comentar detalhadamente sobre as despesas, o que contribui para a falta de transparência. A reticência em discutir abertamente esses custos e a insistência em manter detalhes financeiros sob véus sugere uma desconexão com as expectativas de austeridade e responsabilidade fiscal que a população demanda.
Esta situação sublinha a urgência de maior clareza nas políticas de gestão de recursos pelo STF, especialmente quando tais gastos parecem contradizer os princípios de economia e eficiência que deveriam orientar a administração pública.