Dino agiu como Robin Hood ao contrário nos cemitérios de SP

Ao determinar que as concessionárias de serviço funerário cobrassem preços de 2022 corrigidos pela inflação, ministro do STF anulou benefícios para os mais pobres

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Dino agiu como Robin Hood ao contrário nos cemitérios de SP
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A decisão recente de um ministro do STF sobre os serviços funerários em São Paulo trouxe mais problemas do que soluções. Sob pretexto de combater práticas abusivas, a medida determinou o retorno aos valores de 2022, corrigidos pelo IPCA, mas desconsiderou benefícios criados pela concessão. Segundo a Prefeitura, a nova modelagem reduziu em 30% os custos na periferia ao usar os cemitérios mais caros para subsidiar serviços populares. Agora, a imposição eleva preços para os mais pobres, enquanto reduz para os mais ricos, configurando uma inversão dos princípios de justiça social.

O cenário ilustra os efeitos negativos de uma decisão tomada sem análise aprofundada. A Prefeitura alertou que os ajustes determinados prejudicam economicamente os usuários mais vulneráveis. Na categoria social, o preço de um caixão subiu impressionantes 42,31%. Isso ocorre porque a tabela anterior, sem os ajustes da concessão, não garantia equilíbrio entre custo e benefício, ampliando desigualdades.

A postura voluntarista do ministro gerou insegurança jurídica e desconfiança no modelo de concessões, vital para modernizar serviços públicos. A convocação de uma audiência de conciliação poderia ter sido o primeiro passo antes da interferência, mas foi relegada a um segundo momento. Fica evidente que a busca por protagonismo político não pode se sobrepor à necessidade de decisões sensatas e fundamentadas.