Sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, a política externa brasileira tem enfrentado um de seus momentos mais controversos, marcado por decisões que põem em xeque a tradicional diplomacia do país. Recente expressão dessa abordagem foi a recusa em apresentar desculpas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pela infeliz comparação entre as operações militares em Gaza e os horrores do Holocausto, seguida de uma denúncia contra Israel no tribunal de Haia. Tais ações evidenciam um desmantelamento das relações internacionais cultivadas com parcimônia por décadas.
Na última terça-feira (20), em Haia, o Brasil, sob orientação do atual governo, posicionou-se contra Israel, criticando sua política sobre os territórios palestinos. A Corte Internacional de Justiça, instada pela Organização das Nações Unidas (ONU), avalia a legitimidade dos assentamentos israelenses, como na Cisjordânia, uma questão delicada e de longa data. A representante brasileira, Maria Clara de Paula Tusco, categorizou a ocupação dos territórios palestinos por Israel como ilegal, argumentando que tal prática viola o direito internacional e resoluções da ONU, uma postura que suscita preocupações quanto ao seu impacto nas relações diplomáticas.
A posição adotada pelo Brasil, sugerindo que a política israelense constitui uma forma de apartheid, reflete um alinhamento ideológico que vai além das questões de direito internacional, adentrando um terreno de polarização e desgaste diplomático.
Esse recente episódio na relação Brasil-Israel antecede encontros significativos agendados por Lula, incluindo reuniões com Antony Blinken, Secretário de Estado dos Estados Unidos, e possivelmente com Sergey Lavrov, Ministro de Relações Exteriores da Rússia. Tais reuniões, marcadas no contexto da cúpula do G20, ocorrem em um momento em que a diplomacia brasileira se vê fragilizada por gestos controversos e declarações polarizadas do presidente brasileiro.
A condução da política externa por parte do atual governo reflete um desvio preocupante dos princípios que outrora elevaram o Brasil no cenário internacional. A insistência em posturas que antagonizam aliados históricos e a adesão a narrativas divisivas comprometem não apenas a imagem do país no exterior, mas também sua capacidade de atuar como mediador eficaz em questões globais. Em tempos de desafios complexos, a diplomacia brasileira necessita de um retorno à prudência, ao respeito mútuo e à busca por consensos que favoreçam a paz e a cooperação internacional.