Disputa política em torno do novo marco legal dos defensivos agrícolas

Frente parlamentar da agropecuária busca reverter vetos presidenciais ao projeto de lei

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Disputa política em torno do novo marco legal dos defensivos agrícolas
Reprodução

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), liderada pelo deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), está empenhada em contestar os vetos presidenciais impostos ao Projeto de Lei 14.785, conhecido como o PL dos defensivos ou novo marco legal dos defensivos agrícolas. Este projeto, crucial para o setor agropecuário, visa acelerar os registros de defensivos no Brasil e foi sancionado recentemente com 14 vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme publicação no Diário Oficial da União.

Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Lupion expressou seu descontentamento com a decisão do presidente, acusando-o de desrespeitar o Parlamento e de agir com parcialidade. "Um tema que tramitou mais de 20 anos no Congresso Nacional, que teve aprovação quase unânime no Senado e que o presidente Lula, em uma demonstração de desrespeito total ao Parlamento e predileção por jogar com sua torcida do que efetivamente cumprir sua obrigação, veta os principais trechos", afirmou Lupion.

Lupion assegurou que a FPA tem como objetivo derrubar esses vetos. Ele reforçou a importância do agronegócio para a economia brasileira, citando que o setor representa um terço dos empregos, um terço do Produto Interno Bruto (PIB) e mais da metade das exportações do país. "Vamos derrubar esses vetos. É óbvio. Temos votos para isso, assim como fizemos com o marco temporal... Estamos avançando. Avançando para fazer com que o agro brasileiro, maior parcela da nossa economia, seja respeitado. É essa que é nossa função", enfatizou.

Os vetos presidenciais, particularmente controversos para o setor agropecuário, incluem a restrição da autonomia do Ministério da Agricultura (Mapa) na reanálise de defensivos e nos pedidos de registro de produtos similares durante esses processos.

Por outro lado, o Planalto justificou os vetos em um comunicado, alegando a necessidade de equilibrar as demandas produtivas com a proteção da saúde pública e a preservação ambiental. "Ouvidas as pastas ministeriais competentes, o presidente decidiu vetar alguns dispositivos, movido pelo propósito de garantir a adequada integração entre as necessidades produtivas, a tutela da saúde e o equilíbrio ambiental", informou o comunicado.

Esta situação evidencia um complexo embate político, onde as perspectivas econômicas e ambientais se encontram em um delicado jogo de equilíbrio. O desfecho desta disputa no Congresso será decisivo não apenas para o setor agropecuário, mas também para o modelo de desenvolvimento sustentável que o Brasil busca seguir.