Dados do Prisma Fiscal de novembro, elaborados pelo Ministério da Fazenda, apontam que a dívida pública pode alcançar 98,95% do PIB até 2033, segundo estimativas das instituições mais precisas. Esse aumento reflete a desconfiança no novo arcabouço fiscal aprovado pelo governo, que, mesmo após promessas de estabilidade, não conseguiu trazer segurança ao mercado. O agravamento também está atrelado à alta taxa Selic e à piora na percepção de risco fiscal.
Comparado ao auge da pandemia, quando a dívida bruta estava em 87% do PIB, o cenário atual é ainda mais alarmante. Especialistas afirmam que, sem um plano econômico sólido, a perspectiva de solvência fiscal permanece incerta. Segundo Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro Nacional, “o arcabouço nunca gerou uma percepção de solvência”.
Enquanto isso, a revisão da política monetária americana pelo Federal Reserve mantém os juros altos, dificultando o controle da dívida brasileira. Sem reformas robustas e corte de gastos, a situação fiscal pode se tornar insustentável, com consequências severas para a economia nacional.