Nesta sexta-feira, o dólar disparou e atingiu R$ 5,86, nível não visto desde o auge da pandemia. Especialistas apontam que, apesar de dados fracos no mercado de trabalho dos EUA, a falta de sinalização concreta do governo brasileiro sobre corte de gastos impulsiona a insegurança no mercado. Para investidores, o cenário atual aumenta a busca por proteção, refletida nas taxas de juros futuros, que já passam de 13% ao ano para o depósito interfinanceiro (DI) de 2027.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve viajar à Europa na próxima semana, o que, segundo o analista Ramon Coser, “adiará qualquer anúncio sobre contenção fiscal”. “O governo não está se posicionando a respeito de um corte de gastos e não deve sair nada na próxima semana, com viagem de Haddad ao exterior. Quanto mais incerteza, o mercado fica em tom de espera”, pontua Coser. Para ele, o adiamento só intensifica a volatilidade, enquanto o mercado se ajusta ao risco fiscal.
A ausência de medidas concretas aliada à volatilidade global, intensificada pela proximidade das eleições americanas, traz um ambiente de alerta. Sem um plano firme de contenção, a economia do país enfrenta incertezas que comprometem a confiança dos investidores e sugerem um cenário de ainda mais instabilidade à frente.