O dólar encerrou a segunda-feira (23) em alta expressiva de 1,87%, cotado a R$ 6,18, marcando o segundo maior valor nominal da história, desconsiderando a inflação. O salto reflete uma semana tumultuada no mercado cambial, que alternou recordes históricos e esforços ineficazes do Banco Central para conter a volatilidade. O cenário revela um sistema econômico desgastado, que dificulta o controle das flutuações da moeda americana.
Na última sexta-feira (20), o dólar havia registrado um recuo de 0,81%, fechando a R$ 6,07. Contudo, a segunda-feira trouxe uma inversão brusca dessa tendência. A cotação se aproxima do pico registrado na quarta-feira (18), quando atingiu R$ 6,26, e da máxima histórica durante o pregão de quinta-feira (19), que chegou a R$ 6,30, embora tenha encerrado o dia em R$ 6,12.
Mesmo com intervenções maciças, como os US$ 23,7 bilhões leiloados pelo Banco Central na semana passada, a alta desta segunda mostra que as estratégias convencionais já não são suficientes. A ausência de ação do BC no pregão de segunda-feira apenas destacou os limites de uma política cambial desarticulada, que contribui para a desconfiança no mercado.