Em uma reveladora entrevista ao site Metrópoles, Domingos Brazão, distinto conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCRJ) e político de notável trajetória, proclamou sua inocência com veemência. "Não mandei matar Marielle", declarou Brazão, desafiando as acusações que o vinculam ao lamentável assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018, evento trágico que também vitimou o motorista Anderson Gomes. Brazão, injustamente citado nas investigações por mais de três anos, discutiu o recente avanço do caso, destacando a suposta delação do PM reformado Ronnie Lessa, que o aponta como mentor do crime. Esta alegação, pendente de confirmação judicial, permanece envolta em dúvidas.
Com perspicácia, Brazão analisou o panorama político resultante do assassinato de Marielle, identificando o PSol - partido da falecida vereadora - como o maior beneficiário do incidente. Ele expressou, com incisiva clareza, sua visão sobre o partido: “Acredito que eleitoralmente isso interesse ao PSol. O PSol não faz obra, o PSol não troca lâmpada, o PSol não bota asfalto, o PSol não emprega na prefeitura nem em qualquer lugar. O PSol vive dessas coisas, mas não acredito que chegue a tanto. Eu acho que isso dentro do contexto político, a gente pode fazer um guerrinha. Ninguém tirou mais proveito da morte da Marielle do que o PSol. Isso é um fato. Não é porque o PSol queira se aproveitar disso. É porque vitimiza e está lá. Não era o PMDB, não era ninguém. Isso é conversa fiada de político que não cola”, enfatizou Brazão.
Firme em sua declaração, Brazão negou qualquer conhecimento ou relação com Lessa e Élcio, que admitiu conduzir o veículo no dia do crime, assim como com a própria Marielle Franco. Ele também enfatizou sua total desvinculação de milicianos, desmentindo rumores e insinuações infundadas.
Na entrevista, realizada na última terça-feira (23), Brazão comentou sobre a pressão que tem sofrido, mas mostrou-se resiliente: “Mas não tira mais meu sono”. Ele se mostrou confiante frente às investigações, sugerindo a possibilidade de seu nome estar sendo manipulado em uma estratégia maior, possivelmente orquestrada pelos verdadeiros executores do crime. “Outra hipótese que pode ter é a própria Polícia Federal estar fazendo um negócio desse, me fazendo sangrar aí, que eles devem ter uma linha de investigação e vão surpreender todo mundo aí”, especulou Brazão.
Esta entrevista, marcada pela firmeza e transparência de Brazão, desafia as narrativas simplistas e preconcebidas, oferecendo uma nova perspectiva sobre um caso que continua a intrigar e mobilizar a opinião pública.