O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, lançou um sinal de alerta nesta segunda-feira (4) sobre a preocupante trajetória da dívida pública brasileira. Em encontro com jornalistas em São Paulo, Padovani destacou a ausência de uma resposta clara do governo Lula para enfrentar a crise fiscal. “Qualquer pessoa no mercado sabe que temos um problema de sustentabilidade da dívida pública. A dúvida é como enfrentar esse cenário. Qual será a resposta do governo em relação a essa situação. Isso não está claro”, enfatizou.
O cenário global agrava ainda mais o quadro brasileiro. Padovani pontuou que o aumento dos juros nos Estados Unidos, impulsionado por políticas expansionistas, deve fortalecer o dólar e pressionar o câmbio, impactando negativamente o real. Adicionalmente, a desaceleração da economia chinesa reduz a demanda por commodities brasileiras, intensificando a pressão sobre as contas públicas e mantendo os juros elevados até 2026.
Apesar das dificuldades, Padovani ressaltou a força do setor exportador, do agronegócio e das atividades petrolíferas, que têm sustentado parte da economia. “O que salva é a pauta exportadora, a força do agro e o aumento das atividades petrolíferas”, afirmou, destacando ainda que o aquecimento do mercado de trabalho oferece algum alívio. No entanto, ele advertiu que, sem uma política fiscal eficaz, o cenário econômico continuará sob risco, comprometendo o crescimento e dificultando o controle da inflação.