O cenário político de Curitiba testemunha uma reviravolta significativa com o anúncio da possível candidatura do ex-governador Beto Richa (PSDB) à prefeitura da cidade pelo Partido Liberal (PL), fruto de uma articulação de Valdemar Costa Neto com o alto escalão do PL. Esta notícia desencadeou uma série de reações entre lideranças da direita no Paraná, evidenciando as dinâmicas e estratégias do espectro político conservador na região.
Uma das consequências mais notáveis dessa movimentação foi a decisão do ex-deputado federal Paulo Martins de renunciar à presidência do PL em Curitiba. Em uma declaração enigmática em suas redes sociais, Martins não esclareceu os detalhes por trás de sua súbita saída. Contudo, informações de bastidores apontam a aliança com Richa como catalisadora dessa mudança de posição.
A insatisfação de Martins não se restringe, porém, ao cenário municipal. A potencial candidatura de Michelle Bolsonaro ao Senado, em uma eventual disputa suplementar no Paraná — decorrente de uma hipotética cassação de Sergio Moro (UB) —, também influenciou na decisão do ex-parlamentar. Vale lembrar que Paulo Martins, com expressiva votação de quase 1,7 milhão de votos em 2022, emergiu como um forte candidato conservador ao Senado, figurando como uma opção natural em face de novas eleições.
Diante dos questionamentos da imprensa, especificamente da Gazeta do Povo, sobre suas recentes declarações e seu futuro político, Martins optou por manter o mistério, limitando-se ao que já havia divulgado em seu perfil. Sobre sua permanência no PL, o ex-deputado deixou em aberto, prometendo uma decisão iminente nos próximos dias.
Este episódio sublinha a complexidade e as nuances do tabuleiro político curitibano, onde alianças e decisões estratégicas são constantemente reavaliadas em busca de uma representação autêntica dos valores conservadores e do fortalecimento da direita na capital paranaense.