O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, manifestou profunda preocupação com as recentes declarações de José Genoino, ex-presidente do PT. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Zonshine categorizou as afirmações de Genoino, de teor antissemita, como "preocupantes e fora da curva", exigindo uma resposta oficial do Governo Lula, especialmente considerando o vínculo de Genoino com o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“José Genoíno exagerou”, afirmou Zonshine, aguardando um posicionamento firme do governo brasileiro contra tais declarações. Em um episódio recente, durante uma transmissão ao vivo para o site Diário do Centro do Mundo, Genoino propôs o boicote a “determinadas empresas de judeus” e empresas associadas a Israel.
O embaixador Zonshine enfatizou que críticas a Israel podem ser consideradas normais, mas o boicote a judeus é inadmissível. Ele recordou as consequências trágicas de atitudes semelhantes no período nazista, ressaltando que tais práticas nunca levaram a resultados positivos.
Além disso, Zonshine procurou um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com o intuito de fortalecer o diálogo entre Israel e o governo brasileiro. Ele abordou temas sensíveis, como a libertação de reféns do Hamas. O embaixador também considerou “improcedente” a recente decisão de Lula de endossar a acusação de “genocídio” contra Israel na Corte Internacional de Justiça, uma iniciativa da África do Sul.
Em sua defesa, José Genoino negou ser antissemita. Respondendo à nota da Confederação Israelita do Brasil (Conib), declarou à Folha de S.Paulo: “Não sou e nunca fui antissemita. Repudio qualquer tipo de preconceito contra o povo judeu e defendo a existência de dois Estados.” No entanto, Genoino não se retratou pela declaração de sábado a respeito do boicote.
Este incidente ressalta a importância da responsabilidade e do respeito nas declarações públicas, especialmente em um contexto político delicado. A exigência de Zonshine por um posicionamento do governo brasileiro reflete a necessidade de manter a integridade diplomática e de garantir que as relações internacionais sejam pautadas pelo respeito mútuo e pela ética.