Apesar de enfrentar um déficit de R$ 68,7 bilhões no primeiro semestre, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a liberação de R$ 800 milhões para o setor audiovisual. A decisão, ratificada pelo Ministério da Cultura e a Ancine, durante reunião do Comitê Gestor do Fundo Setorial de Audiovisual, destina os recursos para a produção de filmes e séries. No entanto, a escolha de priorizar o audiovisual em detrimento de outras necessidades levanta sérias questões sobre as prioridades do governo.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, justificou a medida mencionando a necessidade de "escuta" e "acolhimento" das demandas do setor. Contudo, ao se tratar de um governo que já enfrenta um rombo bilionário, a decisão de canalizar uma verba considerável para o entretenimento, em vez de setores essenciais, parece desconectada da realidade fiscal do país. O foco em "regionalização e diversidade" nos projetos aprovados levanta ainda mais dúvidas sobre os reais interesses por trás desse investimento.
Com essa ação, o governo parece sinalizar uma clara preferência por agendas culturais específicas, em detrimento de uma gestão responsável e alinhada com as reais necessidades da nação. O país, com sérias dificuldades econômicas, pode não suportar esse tipo de gasto, e a destinação desses recursos corre o risco de ser vista como uma decisão ideológica, ao invés de estratégica.