O Ministério da Fazenda, em uma decisão controversa, autorizou três novos sites de apostas esportivas no Brasil, todos ligados à empresa Lema Administração e Participações SA, cujo sócio é João Victor de Araújo Souza, filho de Lenine Araújo, ex-braço direito do contraventor Carlinhos Cachoeira. Lenine, condenado na Operação Monte Carlo em 2012, teve papel central no escândalo de jogos ilegais que assolou Goiás e o Distrito Federal, controlando esquemas de caça-níqueis e subornos a agentes públicos.
A presença do filho de Lenine no mercado de apostas regulamentadas desperta preocupações sobre a infiltração de antigos aliados de Cachoeira em um setor agora legalizado. Embora a Lema afirme operar "com total legalidade e transparência", a sombra do passado sombrio dos jogos ilegais ainda paira sobre esses personagens. A empresa já possui licenças para atuar no Rio de Janeiro e na Paraíba, o que reforça o debate sobre a ética e as práticas nesse novo cenário.
Com a regulamentação prestes a ser concluída, apenas empresas que seguirem rigorosamente as novas leis poderão operar a partir de 2025. No entanto, a entrada de figuras ligadas a antigos esquemas ilegais levanta dúvidas sobre a efetividade desse controle, desafiando a promessa de um setor limpo e transparente.