O endividamento das famílias brasileiras chegou a 79,5% em outubro, o maior índice da série histórica, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O dado marca o terceiro mês consecutivo de recorde e representa um salto de 22 pontos percentuais desde 2015, quando o índice era de 57,5%. Em janeiro deste ano, 76,1% das famílias já estavam comprometidas financeiramente.
As principais dívidas envolvem cartão de crédito, cheque especial e financiamentos. A inadimplência também alcançou o maior nível já registrado: 30,5% das famílias têm parcelas em atraso, e três em cada dez não conseguiram quitar débitos no prazo.
Com a inflação anual em 4,55%, a taxa Selic em 15% e o crédito cada vez mais inacessível, o consumidor brasileiro enfrenta o peso de uma economia estagnada. A CNC alerta que o país pode entrar em 2026 com o maior desafio de endividamento das últimas décadas, refletindo a perda de poder de compra e a falta de medidas eficazes para conter o avanço das dívidas.