Em novembro de 2022, conversas reveladas pela Folha de S. Paulo expuseram a insatisfação de juízes ligados ao ministro Alexandre de Moraes com a falta de cooperação da Interpol e do governo dos Estados Unidos. As dificuldades para incluir Allan dos Santos, um apoiador declarado de Jair Bolsonaro, na lista vermelha da Interpol, geraram indignação, agravada pela recusa do governo americano em extraditar o jornalista, alegando proteção à liberdade de expressão.
As mensagens trocadas entre Marco Antônio Vargas, do gabinete da presidência do TSE, e Airton Vieira, assessor de Moraes no STF, revelam a exasperação crescente. A Interpol, em Lyon, recusou-se a incluir Santos na lista de procurados, temendo um "viés político" na ação. Em um momento de desabafo, Vargas expressou sua frustração, afirmando que “dá vontade de mandar uns jagunços pegar esse cara na marra”, refletindo o nível de descontentamento com a situação.
Vieira, por outro lado, criticou abertamente o governo dos Estados Unidos, acusando-o de agir unicamente conforme seus interesses, ignorando as pressões externas. As revelações deixam claro o quanto o STF se sentiu impotente diante da recusa americana, evidenciando um embate silencioso entre soberania nacional e os limites impostos pela diplomacia internacional.