A Justiça Federal da Argentina aceitou a denúncia contra o ex-presidente Alberto Fernández, que agora responde como réu por violência doméstica e abuso de poder contra sua ex-esposa, Fabiola Yañez. A decisão do juiz Julián Ercolini acolhe acusações do Ministério Público que incluem lesões corporais, abuso de autoridade e ameaças coercitivas. Caso condenado, Fernández pode enfrentar uma pena de três a 18 anos de prisão, embora ainda tenha permissão para viajar sob restrições.
As investigações foram iniciadas em agosto de 2024, quando Yañez denunciou agressões físicas e psicológicas durante o relacionamento, além da alegação de que, em 2016, foi coagida a realizar um aborto. Imagens divulgadas pela imprensa mostram marcas de violência em seu corpo, reforçando as denúncias. O juiz Ercolini destacou a existência de um “contexto de violência de gênero” baseado na relação assimétrica de poder entre o ex-presidente e sua ex-esposa.
Fernández nega as acusações e alega ser vítima de perseguição política. Seus advogados prometem recorrer, alegando que não há provas concretas e que o caso teria sido manipulado por adversários. No entanto, os indícios apresentados pela Justiça argentina colocam o ex-presidente em uma posição delicada, reforçando um histórico de escândalos envolvendo figuras do alto escalão.
