Relatório do Banco Central divulgado no fim de maio expôs um rombo inédito nas contas das estatais federais: R$ 2,73 bilhões de prejuízo nos quatro primeiros meses de 2025, marca jamais registrada desde 2002. O resultado, que aponta deterioração fiscal contínua, reforça a fragilidade da gestão e levanta dúvidas sobre a eficácia do chamado novo arcabouço fiscal.
O saldo negativo representa alta de 62,8% em relação ao mesmo período de 2024. Nos dois primeiros anos do atual mandato, os déficits seguem escalando: R$ 1,842 bilhão em 2023 e R$ 1,678 bilhão em 2024. Só em abril, as estatais fecharam no vermelho em R$ 1,4 bilhão, o pior resultado já registrado para o mês, agravando o cenário fiscal.
Com sucessivas perdas e promessas de ajuste que não saem do papel, o descrédito cresce entre investidores. O prejuízo das estatais pressiona o Tesouro e soma-se à escalada da dívida pública, que ultrapassou R$ 9 trilhões em outubro. Enquanto isso, o país caminha sobre gelo fino na tentativa de manter alguma estabilidade econômica.