As estatais brasileiras enfrentam um rombo financeiro histórico, com déficit de R$ 7,4 bilhões até setembro de 2024, segundo dados do Banco Central. Esse valor é o maior desde 2002, evidenciando dificuldades financeiras num momento de altos investimentos públicos. Entre as estatais federais, o déficit chegou a R$ 4,1 bilhões, enquanto as estaduais somaram R$ 3,2 bilhões negativos. O Ministério da Gestão argumenta que déficits primários podem ocorrer em empresas que ampliam investimentos, mas especialistas alertam para o impacto sobre as contas nacionais.
Apesar das justificativas do governo sobre a “modernização e expansão” das estatais, o cenário preocupa, especialmente com a dívida bruta do Brasil alcançando 78,3% do PIB em setembro. Este índice representa um fator decisivo para investidores, que observam a trajetória fiscal do país. Embora a dívida líquida também tenha subido, atingindo 62,4% do PIB, o Banco Central vê uma leve melhora no déficit primário do setor público em comparação ao ano passado.
Para 2024, o governo Lula estipulou como meta fiscal um déficit máximo de R$ 28,8 bilhões, tentando alcançar saldo zero. Contudo, especialistas destacam que, sem reformas estruturais e uma gestão responsável, a sustentabilidade das contas públicas e o futuro das estatais estão em risco, comprometendo a confiança do mercado e a estabilidade econômica do país.