O Ministério Público de São Paulo denunciou Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, sob acusação de tentar obstruir investigações contra um juiz suspeito de fraudes em execuções fiscais na 2ª Vara Cível de Itapevi.
A denúncia, protocolada em agosto e que tramita sob sigilo no Tribunal de Justiça paulista, aponta que Tagliaferro teria orientado o magistrado e outros envolvidos a destruir provas digitais, trocando aparelhos celulares e transferindo dados para eliminar mensagens comprometedoras e dificultar a extração de conteúdo em caso de apreensão. Tagliaferro deixou o cargo no gabinete de Moraes em maio de 2023, após ser preso por violência doméstica. Desde então, seu nome tem sido citado em reportagens que revelam a utilização de estruturas do TSE para a produção de relatórios sem trâmites oficiais, usados como base em decisões do STF.
Mensagens divulgadas pela imprensa indicaram pedidos feitos por Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete de Moraes, para elaboração desses documentos. A defesa de Tagliaferro classificou a denúncia como “deplorável” e “perseguição”. O caso ganhou repercussão após ele depor no Senado, acusando o gabinete de Moraes de ter produzido um relatório com data posterior a uma operação da Polícia Federal contra empresários em 2022, apenas para justificar a medida já executada por ordem do ministro.