Abril de 2023 marcou um episódio curioso e simbólico no espectro da política brasileira: Márcia Westphalen, outrora cabeleireira da ex-presidente Dilma Rousseff, assumiu um cargo na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em Brasília. Nomeada como coordenadora de viagens/gerência de transportes na Diretoria de Administração e Finanças, Westphalen passa a receber um salário bruto mensal de R$ 11,2 mil, que, após descontos obrigatórios, reduz-se a cerca de R$ 8,5 mil líquidos.
A trajetória profissional de Westphalen junto à ex-presidente Rousseff remonta a 2010, destacando-se não apenas pelos serviços estéticos, mas também pelo seu papel ativo na transição do Governo Lula para o Governo Dilma. Neste período, Westphalen atuou como secretária da equipe de transição, com um salário de R$ 6,8 mil – um valor que, ajustado pelo IGPM, equivaleria a aproximadamente R$ 17 mil na atualidade. Esta ascensão de uma estilista pessoal a uma função de relevância administrativa e financeira na EBC lança luz sobre uma prática preocupante: a acomodação de aliados e conhecidos em posições estratégicas do setor público, um modus operandi frequentemente observado em governos de viés esquerdista.
A nomeação de Westphalen para um cargo tão distante de sua área de expertise original na EBC suscita questionamentos sobre os critérios utilizados para tais designações. Estaria o atual governo perpetuando uma cultura de favoritismo e nepotismo, onde a competência técnica e a experiência profissional específica são ofuscadas por laços pessoais e políticos? Este cenário reflete não apenas a longa associação de Westphalen com a esfera política, mas também um padrão preocupante de transições de profissionais entre diferentes funções no setor público, muitas vezes desconsiderando as qualificações necessárias para os cargos ocupados.
Essa prática, frequentemente vista em governos de esquerda, como o PT de Lula e Dilma Rousseff, levanta uma bandeira vermelha sobre a integridade e a eficiência na gestão pública. A nomeação de Westphalen, portanto, não é um caso isolado, mas um exemplo emblemático de como as conexões políticas podem sobrepor-se à meritocracia, uma tendência que merece ser analisada e questionada com rigor pela sociedade e pela mídia. Em tempos de extrema polarização e desafios econômicos, o Brasil precisa reavaliar suas prioridades e assegurar que a competência e a integridade sejam os pilares de sua administração pública.