O avanço da exploração ilegal de madeira na Amazônia, que registrou um aumento de 19% entre agosto de 2022 e julho de 2023, levanta alertas quanto à eficácia das políticas de fiscalização na região. Segundo dados do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), a retirada ilegal de madeira atingiu 126 mil hectares, equivalente a 350 campos de futebol desmatados por dia, afetando principalmente propriedades privadas e Terras Indígenas.
Leonardo Sobral, do Imaflora, aponta a concentração da atividade ilegal no sul da Amazônia, com destaque para áreas de fronteira agrícola no norte de Mato Grosso, Rondônia e Pará. A redução na exploração legal, que caiu 17% no mesmo período, reflete, segundo ele, a falta de exigência regulatória do mercado consumidor brasileiro, facilitando a competição desleal com a madeira ilegal, até 25% mais barata.
A demanda crescente por produtos nativos, porém, necessita de qualificação. Especialistas reforçam a importância de conscientizar empresários e consumidores sobre os impactos dessa prática, promovendo uma concorrência justa com a madeira sustentável, proveniente de concessões legalizadas, que representam apenas 5% da produção nacional.