Dani Dayan, presidente do Museu do Holocausto em Jerusalém, classificou como "antissemita" a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Dayan, que também já foi embaixador de Israel em Nova York, considerou a declaração de Lula "vergonhosa" e "uma combinação de ódio e ignorância".
"Comparar uma nação que luta contra uma organização terrorista com as ações de nazistas merece ser condenada na sua totalidade", afirmou Dayan. "É triste que o presidente brasileiro tenha caído de nível e distorça a história do Holocausto", completou.
Persona Non Grata:
As declarações de Lula geraram grande repercussão internacional e, nesta segunda-feira (19), o líder brasileiro foi declarado "persona non grata" por Israel. A expressão latina, que significa "pessoa não grata", é utilizada em relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo no país hospedeiro.
A decisão de declarar Lula "persona non grata" foi tomada pelo governo israelense após uma série de consultas com o Ministério das Relações Exteriores. A medida é um sinal de repúdio às declarações do presidente brasileiro e demonstra a gravidade da situação.
O termo "persona non grata" está previsto no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, um tratado internacional que regula o funcionamento das missões diplomáticas e consulares entre os países signatários.
A Convenção de Viena estabelece que um Estado pode declarar um representante diplomático de outro Estado "persona non grata" a qualquer momento, sem necessidade de justificativa. O Estado anfitrião tem o direito de exigir a saída do representante do país em questão, que deve deixar o território nacional dentro de um prazo razoável.
Repúdio Internacional:
As declarações de Lula sobre Israel foram repudiadas por diversas autoridades e líderes internacionais. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, classificou as falas do presidente brasileiro como "ofensivas e inaceitáveis".
A comunidade judaica internacional também condenou as declarações de Lula, que foram consideradas como uma banalização do Holocausto.
As declarações de Lula sobre Israel podem ter um impacto negativo nas relações entre o Brasil e o país do Oriente Médio. A medida de declarar o presidente brasileiro "persona non grata" é um sinal de que o governo israelense está profundamente ofendido com as falas de Lula.
Ainda é cedo para avaliar todas as consequências das declarações de Lula, mas é possível que a situação gere um clima de tensão entre os dois países.
