Em mais um capítulo da repressão à fé em Cuba, a ditadura de Miguel Díaz-Canel proibiu a realização de duas tradicionais procissões da Semana Santa nas províncias de Granma e Havana. A medida arbitrária, que impede a expressão pública da fé e o exercício de um direito fundamental, evidencia o caráter autoritário do regime e seu pavor diante de qualquer forma de dissidência, inclusive religiosa.
Na capital, a procissão do Santo Sepultamento, organizada pela Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, foi vetada sem qualquer justificativa plausível. O pároco Lester Rafael Zayas, alvo de censura por suas homilias críticas ao regime, recebeu a notificação da proibição "através dos canais competentes", confirmando o clima de intimidação e controle que paira sobre a Igreja Católica em Cuba.
Em Bayamo, a diocese de Bayamo-Manzanillo também teve suas procissões canceladas, sem qualquer explicação oficial. A sombra da repressão se estende sobre a comunidade católica, que se vê impedida de celebrar sua fé livremente e de transmitir suas tradições às novas gerações.
A paranoia do regime se torna evidente diante da possibilidade de que as procissões sirvam de pretexto para reativar os protestos populares que eclodiram em 18 de março. O medo de aglomerações e da expressão pública de descontentamento leva a ditadura a sufocar até mesmo as mais pacíficas e tradicionais manifestações de fé.
A organização Defensores dos Prisioneiros, que acompanha a situação dos presos políticos em Havana, denuncia a proibição das procissões como "um exemplo da falta de liberdade religiosa na ilha". A repressão à fé em Cuba é uma realidade flagrante, documentada por diversas organizações internacionais, como a Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos.
O silêncio imposto às procissões da Semana Santa é um símbolo do silêncio que a ditadura tenta impor a toda a sociedade cubana. A fé, porém, não se cala. A comunidade católica cubana, mesmo diante da censura e da repressão, continuará a buscar formas de expressar sua crença e defender seus direitos.
A comunidade internacional, comprometida com a defesa da liberdade religiosa e dos direitos humanos, não pode se omitir diante da flagrante violação das liberdades em Cuba. É urgente pressionar o regime para que cesse a repressão à fé e permita que o povo cubano celebre suas crenças livremente.