Ferrogrão: continuidade do projeto deve ser decidida pelo STF até o fim de março

O ambicioso projeto promete transformar o transporte de grãos, gerando economia e benefícios ambientais significativos

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Ferrogrão: continuidade do projeto deve ser decidida pelo STF até o fim de março
Foto: Adobe Stock

Com uma extensão prevista de 933 quilômetros, a Ferrogrão se apresenta como uma solução inovadora para o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro até os portos do Norte. Ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), essa ferrovia é vista como uma artéria vital para o agronegócio nacional, prometendo eficiência e sustentabilidade no transporte de cargas.

Miritituba, conhecida por suas estações de transbordo, desempenha um papel crucial na logística atual, recebendo cargas que viajam por milhares de quilômetros em caminhões até serem transferidas para barcaças. Daí, seguem para os portos de Santarém e Vila do Conde. A Ferrogrão promete ser uma alternativa revolucionária, substituindo a necessidade de centenas de caminhões por apenas alguns vagões de trem, com impacto ambiental consideravelmente menor.

Segundo Edeon Vaz, diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, "essa operação lança menos um milhão de metros cúbicos de CO² na atmosfera. O ganho ambiental é violento”. Além dos benefícios ecológicos, Vaz aponta para uma expectativa de redução nos custos de frete na ordem de 25%, o que significaria uma economia substancial para o setor produtivo.

No entanto, o projeto, iniciado em 2015, enfrentou desafios, especialmente de ordem ambiental e indígena, que chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, representantes de diversos povos indígenas protestaram contra a ferrovia, alegando que ela atravessaria terras protegidas e impactaria comunidades locais. Apesar disso, representantes do Ministério dos Transportes reuniram-se em Brasília para discutir essas questões, indicando um esforço para conciliar desenvolvimento e preservação.

Uma decisão do STF, prevista para o fim de março, será crucial para o futuro da Ferrogrão. Vaz defende que o traçado da ferrovia evita territórios indígenas, minimizando conflitos. "A terra indígena mais próxima está a 70km", esclarece, reforçando a importância da obra para a infraestrutura nacional.

Com um investimento estimado em R$ 12 bilhões e uma concessão de 69 anos, a Ferrogrão não representa apenas um avanço logístico, mas também um compromisso com a eficiência e a sustentabilidade no coração do agronegócio brasileiro. A expectativa é que, superados os obstáculos regulatórios e ambientais, a ferrovia se torne um marco na história do transporte nacional, impulsionando a economia e protegendo o meio ambiente.