O governo anunciou a liberação de R$ 12 bilhões do FGTS para trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e foram demitidos até 28 de fevereiro. No entanto, a medida não altera a regra que impede o saque integral do fundo, mantendo o trabalhador sem acesso total ao que lhe pertence. O dinheiro será liberado a partir de 6 de março, com pagamentos escalonados conforme o saldo disponível.
Criado em 2020 para facilitar a movimentação do FGTS, o saque-aniversário virou um problema para muitos trabalhadores, que, ao serem demitidos, só podem retirar a multa rescisória, sem direito ao saldo acumulado. Para retornar ao modelo tradicional de saque, é preciso esperar dois anos, a menos que haja antecipação de crédito vinculada ao fundo, o que complica ainda mais a situação. O governo mantém as regras burocráticas, dificultando o acesso a um dinheiro que pertence ao trabalhador.
A medida provisória publicada não garante o fim das travas impostas, apenas permite que demitidos até fevereiro movimentem parte do saldo. Quem perder o emprego após essa data continuará com o dinheiro bloqueado. A manutenção dessas restrições demonstra que, apesar do discurso de flexibilização, o trabalhador segue refém de um sistema que limita sua autonomia sobre os próprios recursos, enquanto o governo administra bilhões em um fundo que deveria servir aos seus verdadeiros donos.