O ministro Flávio Dino suspendeu trecho da reforma da Previdência que igualava a idade mínima de aposentadoria para policiais homens e mulheres. A decisão, que atendeu ao pedido da Adepol, gera questionamentos sobre a real justiça dessas medidas, uma vez que a paridade nas regras de aposentadoria deveria ser vista como um avanço na luta por isonomia entre os sexos, especialmente em uma profissão que exige iguais sacrifícios de ambos.
Dino alegou que a medida introduzia "discriminação e injustiça", ao ignorar as diferenças biológicas previstas na Constituição. No entanto, essa interpretação corre o risco de perpetuar visões antiquadas, tratando mulheres como mais frágeis e incapazes de desempenhar o mesmo papel em setores de alta responsabilidade como a segurança pública. A decisão favorece uma visão paternalista, que desconsidera as conquistas e a evolução profissional das mulheres.
A mudança acentua ainda mais a sensação de retrocesso em um setor que exige coragem e igualdade de oportunidades. Manter diferenciações nas regras de aposentadoria, sem uma discussão aprofundada, pode impactar negativamente a moral e o desempenho da classe policial, que espera justiça e não privilégios.