O setor de carne de frango no Brasil enfrentou um período de desvalorizações na segunda metade de fevereiro, um momento característico de retração nas vendas atacadistas, impulsionado pelo decréscimo no poder aquisitivo da população. Contudo, um surpreendente aumento na demanda observado nas primeiras semanas do mês contribuiu para elevar o valor médio mensal da proteína, desafiando as expectativas do mercado.
De acordo com um levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a carne de frango resfriada foi comercializada, em média, a R$ 7,22 por quilo no atacado da Grande São Paulo até o dia 21 de fevereiro. Este valor representa um incremento de 2,7% em comparação ao preço médio registrado em janeiro.
Este cenário reflete a capacidade de resiliência do mercado de carne de frango frente às oscilações sazonais de demanda e destaca a importância de fatores internos, como a dinâmica de consumo interno, na determinação dos preços. Ainda que o período seja tradicionalmente desafiador para as vendas devido a fatores econômicos que afetam a capacidade de compra dos consumidores, o início de fevereiro trouxe um alento para os produtores e comerciantes do setor.
A análise do Cepea sublinha a complexidade do mercado de carnes no Brasil, indicando que, apesar dos períodos de baixa, existem momentos de recuperação que podem ajudar a equilibrar as contas do setor. A observação dessas tendências é crucial para entender a dinâmica de preços e a sustentabilidade do mercado de proteínas no país.