Fraude no CNJ: O crime organizado infiltrado no sistema judicial

Esquema criminoso alterava dados para facilitar soltura de condenados perigosos

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Fraude no CNJ: O crime organizado infiltrado no sistema judicial
 Foto, Michael Melo/Metrópoles

A Polícia Federal desmantelou um esquema criminoso que fraudava o sistema do CNJ para antecipar a soltura de presos de alta periculosidade. A investigação revelou que informações sobre o cumprimento das penas eram alteradas, permitindo a progressão irregular de regime. Entre os beneficiados estavam condenados a mais de 60 anos de prisão, muitos ligados a facções criminosas. O caso levanta questionamentos sobre a segurança do sistema judicial e a conivência de setores que deveriam garantir a ordem.

Os criminosos acessavam o banco de dados, inseriam documentos falsos e manipulavam registros para acelerar a saída dos detentos. Com a mudança para o semiaberto, muitos simplesmente removiam as tornozeleiras eletrônicas e desapareciam. A fraude expõe a fragilidade do sistema e a facilidade com que estruturas do Estado podem ser usadas a favor do crime. A seccional da OAB em Goiás acompanha o caso, visto que advogados podem estar envolvidos no esquema.

Não é a primeira vez que o CNJ sofre tentativas de manipulação. Em 2023, criminosos já haviam invadido a plataforma para emitir falsos alvarás de soltura e até forjar uma ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O episódio reforça o alerta sobre a vulnerabilidade do sistema e a necessidade de um combate rigoroso à infiltração criminosa nas instituições.