Um levantamento revelou que o Programa Pé-de-Meia, do governo federal, registra mais beneficiários do que alunos oficialmente matriculados em escolas públicas de diversas cidades. Em Riacho de Santana (BA), Porto de Moz (PA) e Natalândia (MG), os números do Ministério da Educação não batem com os dados locais, evidenciando possíveis irregularidades no pagamento dos auxílios.
Em Riacho de Santana, enquanto a Secretaria Estadual de Educação contabiliza 1.024 alunos matriculados, o MEC aponta 1.231 beneficiários. No Pará, Porto de Moz recebeu recursos para 1.687 alunos, mas diretores de escolas afirmam que apenas 1.382 estão matriculados. Já em Natalândia (MG), a única escola da cidade registra 317 alunos, mas 326 estudantes aparecem como contemplados pelo programa.
Além das inconsistências numéricas, o programa concedeu benefícios a filhos de servidores públicos com renda superior ao limite estabelecido. Em Riacho de Santana, um estudante maior de idade recebe o auxílio na EJA, mesmo sendo filho de uma professora com salário líquido de R$ 4,3 mil. Situação semelhante ocorre em Porto de Moz, onde um docente com rendimento de R$ 5,3 mil consta como responsável por um aluno beneficiado. O MEC justifica os números com base nas condições socioeconômicas das cidades.
